quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aos bons amigos que fiz na Universidade


Este ano, Marília e eu passamos por um momento que pode ser muito difícil: a conclusão do 1° curso.

Antes da aula da saudade, naquele momento em que já começamos a sentir as dores de uma pré-saudade, escrevi um texto e li para meus amigos e professores. A quem interessar, segue o texto e vídeo do momento:

Meus bons amigos,

O trem acaba de chegar na Estação. É hora de nos despedirmos. Hora de seguir viagem rumo ao novo. O maquinista nos espera. E este maquinista pode ser muitas coisas dentre elas a vida nos chamando para seguir a diante ou mesmo o Sistema nos dizendo: “venham, venham ser a base sólida do meu mais importante aparelho ideológico”.
Mas vamos ficar com a primeira opção por parecer mais poética. Sejamos poéticos hoje, mas apenas hoje. Apenas hoje?
Digamos então que os passageiros desse trem (nós) somos poetas. Poetas que podem viver suas vidas em sonetos, organizadas em 2 meses de quartetos e 2 meses de tercetos, em dias em decassílabos. Ou viver seus dias em versos livres desorganizados em meses de 1, 2 ou 3 versos, sem rima. E escolha é de vocês. Vocês podem escolher a forma como viverão suas vidas e essas formas podem ser fixas ou não.
Mas voltemos um instante à Estação. Temos tanta bagagem a levar, tantas malas. Se bem que algumas penso em deixar pelo caminho. Esta das teorias abstratas que eu acredito que jamais usarei, eu já penso em formas para deixá-la por aqui mesmo no terminal sem que ninguém perceba.
Mas, um pouco adiante tem uma enorme mala que não pesa quase nada. Esta é a do conhecimento adquirido, das boas experiências, do aprendizado. Esta, meus amigos eu devo a vocês e aos meus professores. Mas, que os professores não se gabem! Tenho uma maleta aqui cheia dos temores, dos medos, das inseguranças, de avaliações que não me avaliaram, que não me pesaram como deveriam. Esta eu deixo aqui mesmo?
Não deixo não! Esta eu vou levar comigo também porque um pouco de medo não faz mal a ninguém. O medo pode nos preservar a vida, não? Esta eu levo sim e levo com muito carinho. E tudo o que digo, usando essas analogias bestas, essas metáforas pobres são da maleta na qual guardo meu material de trabalho, da maleta das palavras que daqui para frente serão não só meu trabalho, mas também meu pão, minha vida.



Eu já acho que estou falando demais e enfadando meus bons ouvintes que não vêem a hora de entrar neste trem. Vão, eu não os prenderei mais!
Mas antes se lembrem: Ensinar é mais do que transferir conhecimentos, construir conhecimento e formar cidadãos. Nisso, não há nada de novo. Estou citando Paulo Freire. Aliás, formanda citando Paulo Freire é muito, muito clichê. Esqueçam essa parte!
Antes de irem quero agradecê-los. Agradecer a vocês professores, a vocês colegas, a vocês meros desconhecidos que estão se formando com a minha turma. Agradeço a vocês por fazerem parte da minha vida, da minha formação acadêmica, de 4 anos que não foram nem longos, nem breves, mas memoráveis.
Eu poderia terminar agora essas palavras com uma frase de efeito ou mesmo um gesto que prendesse a atenção de vocês, sei lá, comer papel, mostrar os seios, tentar uma peroração óbvia para um discurso tão besta.
Mas vou me abster de todas essas coisas vãs e dizer a vocês o trivial: Muito obrigada.
No mais, já é hora de partir!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Lyla ouviu, Lyla aprovou - Moptop - Como se comportar (2008)


Tem muita gente por aí dizendo que o Moptop é uma versão pirata da banda norte-americana Strokes. O som é, sim, bastante parecido. Talvez uma guitarrinha aqui, uma levada de baixo ali deixe margens para comparações do tipo e o cd Moptop de 2006 contribui para essas identificações musicais. Mas é com o segundo cd da banda, o Como se comportar, que os cariocas do Moptop se estabeleceram como uma boa banda de indie rock e não como “os brasileiros que queriam ser Strokes”.
Com boas letras, um som ora moderno ora clássico, um vocalista de voz marcante, a banda nascida em 2003 se consagra no cenário musical brasileiro e recebe dos críticos inúmeros elogios ao amadurecimento da banda e ao distanciamento da banda americana que outrora lhe serviu de inspiração.
Gabriel Marques, vocalista da banda, canta sobre relacionamentos, comportamentos impulsivos, álcool e outros temas com uma voz rouca, rasgada, encantadora, que dá às músicas uma nova emoção a cada acorde, a cada verso.
Um ótimo cd para ouvir enquanto se prepara para a balada, para servir de aperitivo para acompanhar a bebedeira com os amigos ou para ficar em casa curtindo um bom som. Recomendado para todas as horas do dia.

Moptop – Como se comportar
1. Aonde Quer Chegar?
2. Contramão
3. Como Se Comportar
4. Desapego
5. Eu Avisei
6. Bom Par
7. Malcuidado
8. Beijo de Filme
9. Adeus
10. 2046
11. História Pra Contar
12. Bonanza


Ouvir cd

terça-feira, 21 de abril de 2009

Lyla viu, Lyla aprovou! (Estômago - 2008)


O filme Estômago (Itália-Brasil - 2008), como o próprio título já diz, é para quem tem estômago. Não que o filme seja recheado de cenas fortes, viscerais, mas para quem tem estômago para digerir um filme tão original e inteligente. Para quem tem estômago para aguentar vê-lo sem sentir fome.
Raimundo Nonato (João Miguel), um nordestino, vai para cidade grande. Lá aprende alguns mistérios da gastrononia e se apaixona pela prostituta Iria (Fabiula Nascimento) com quem mantem uma relação baseada em sexo e comida. Ainda no início do filme, encontramos Nonato na cadeia e o expectador passa o restante da película tentando decifrar o mistério que leva o nordestino àquele cenário. Daí por diante, muitas desventuras e humor se mesclam qual queijo e goibada e dão ao expectador diversão garantida.
O longa é inspirado no conto "Preso pelo estômago" do livro Pólvora, Gorgonzola e Alecrim de Lusa Silvestre, uma das roteiristas do filme, e ganhou importantes prêmios em festivais internacionais como o do Rio, de Rotterdam, Berlim e Punta del Leste.
Segue abaixo o trailler do filme. Bom apetite!


Ensaio sobre a cegueira

Um dia, estava eu passeando pelo youtube quando assisti a um dos vídeos mais emocionantes que eu já vi no site de compartilhamento.
O vídeo mostra a emoção do escritor português José Saramago depois de assistir ao filme de Fernando Meireles "Ensaio sobre a cegueira", baseado no livro homônimo do autor lusitano.




E ainda dizem que José Saramago não gostou do filme. Imagina se ele tivesse gostado...