quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Poema sem título (porque Ama-me seria óbvio demais)

Sempre que não houver motivos, ama-me.
Quando os motivos forem muitos, ama-me também.
Ama-me quando não houver nada melhor para fazer
E ainda mais quando estiveres tomado de trabalho e culpa.
Povoa teus pensamentos de mim ou me deixa vagar sozinha em teus devaneios.
Ama-me em teu desespero e em tua alegria.
Ama-me em teu silêncio ou ama-me pelos cotovelos, 
para mim tanto faz contanto que ame.
Ama-me quando teus passos forem arbitrários. Ama-me quando não quiseres ir trabalhar.
Ama-me quando conseguires reunir aqueles dez mil motivos para me odiar.
Ama-me no dia de teu casamento ainda que a noiva não seja eu.
Ama-me quando quiseres e ainda mais quando não te der vontade.
Ama-me em meus pecados, em nossas desavenças. Ama-me quando o mundo disser: NÃO!
Ama-me quando eu for embora e ainda mais quando eu regressar.
Ama-me com cinismo e lealdade.
Ama-me quando eu merecer e quando eu não precisar.
Ama-me apenas porque amar é bom.
Ama-me
Ou de que me valeriam os versos?
Estes que fiz com tanto amor?