sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Do amor do qual somos feitos


Eu sou a encarnação do amor
Personificação do amor
E se eu sou próprio amor
Irei aonde ele for

Eu sou feita de amor
Eu nasci para amor
E o destino não quis
Fazer o amor feliz

Eu sou o amor
Amor de desespero e dor
Amor que te faz sorrir
Ou o que te faz levantar e ir

Sou matéria do amor
Consciência do amor
O amor que te fez nascer
Pelo qual vale até morrer

Sou o que o amor disser
Criança, homem ou mulher
Eu sou o que amor pedir
Cama de pregos ou faquir
O nome que ele me chamar
O olhar com o qual me procurar

O que faz a santa viver de amor?
E a puta vender amor?
O homem fazer amor
Seja com quem e porque for?

Amor é só amor.
Amor de desespero e dor
Amor que te faz sorrir
Ou que te faz levantar e ir...
Nada além de amor

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Não, ele(a) não está a fim de você.


Você já se apaixonou, meu caro? Eu já. E me desapaixonei com a mesma rapidez com a qual um, dois, três, muitos quaisquer arrebataram o coração desta que vos escreve. No ano de 2011 então... Nossa!
Como algumas pessoas podem ser extremamente egoístas e estúpidas! Mentirosas, falsas, dissimuladas e como algumas mulheres (e homens) se deixam levar por tanta babaquice!
Parece-me que essas pessoas que, assim como eu, apaixonam-se e desapaixonam-se com a mesma facilidade e rapidez com a qual trocam de roupas, gostam, na verdade, do gosto amargo da decepção. Muitos se enganam porque simplesmente querem! Quem nunca viu alguém saber o quanto está agindo errado e se deixando levar por uma relação que não está boa e mesmo assim continuar nela? Não falo apenas das relações duradouras, falo também das “casuais”.
Sempre que eu ouço um “não vamos namorar agora”, escuto um “eu não vou namorar você, mas vou te iludir mais um pouco”. As coisas não funcionam assim. O “eu não estou em condições de manter uma relação agora” é a maior balela que você pode ouvir. Ele só significa que a pessoa não está apaixonada por você. Quem se apaixona não se importa se está em condições físicas e/ou psíquicas para isso. Elas se apaixonam e ponto! “Não estou pronto(a) para namorar porque acabei de sair de um relacionamento agora” pode significar “estou em dúvidas se vou ou não retomar meu relacionamento anterior”. As pessoas simplesmente não pensam quando se apaixonam. Elas ficam burras, loucas, estúpidas . Elas pulam no sofá da Oprah! (Tom Cruise, alguns ainda lembram daquela cena idiota).
Se você opta pelo sexo casual, lembre-se de algo básico: algumas pessoas não sabem lidar com esse tipo de situação. E homens (me perdoem) são os piores nisso. Não sabem onde pôr as mãos quando te veem, o que falar, como agir... Simplesmente, na maioria dos casos, eles não continuam seus amigos pelo fato de não saberem mais ser amigos da garota com a qual transaram.
Por falar em sexo, quem dá sua a cara a tapa nesse tipo de relacionamento “sem futuro” deve saber que vai ter que enfrentar as piores transas de sua vida! Muitas vezes fingir uma intimidade onde não existe é um beco sem saída, (perdoem a expressão) uma verdadeira bosta. E intimidade no sexo, todos deveriam saber, é tudo!
As pessoas (não sejamos também injustos) muitas vezes mentem para si e não veem que estão mentindo para os outros. Você pode pensar que não quer um relacionamento estável, que quer curtir a vida, beber com os amigos, sem ninguém para atrapalhar... Mas não adianta! Você só diz isso porque ainda não foi picado pelo mosquitinho infame do amor (podemos falar “amor” sem soar brega?) E convenhamos, no fundo, quem diz essas coisas está louco para ter quem atrapalhe sua vida. O ser humano não nasceu para ficar só (o que será tópico de outro post, prometo).
Portanto, não saia por aí lamentando o que não deu certo (vá por mim). Pense que, na imensa maioria das vezes, você sabia muito bem a burrice que estava fazendo.
Uma hora você se pergunta: Pelo que eu me apaixonei mesmo? E não sabe o que responder. É triste e você se sente imbecil.
Mas me deixa te contar outra coisa: Na hora da dor de cotovelo, esse conselho não vale nada, mas depois quando você puder olhar tudo lá de cima da sacada, vai saber o que digo. No mais, quem tiver que chorar suas dores que chore, porque, nesse caso, ruim é não ter sarna para coçar.
Mas pensem: nem sempre vale a máxima da vovó do Roberto e do Erasmo Carlos que diz "antes mal-acompanhada do que só".

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal Rock'n roll!


Hull, é Natal (eu ainda odeio a data, mas é inevitável) e a voz da Simone está chateando você, né?
Não esquenta. Fizemos aquela seleção, um top 3 com músicas natalinas do Rock'n Roll para você mexer o esqueleto e/ou por a cabecita para refletir neste Natal. Lá vai:

3. The Killers - Don't shoot me, Santa.

Todo ano o Killers lança um single de Natal cuja renda é revertida em prol de casas de apoio a portadores do vírus da AIDS. A causa é nobre, mas a música é bem estranha.


2. Bob Dylan - It must be Santa

Bob Dylan é judeu. Ok, judeus não comemoram natal. Mas o Dylan se converteu ao cristianismo no final da década de 70. É, portanto, cristão e comemora natal sim! Depois da conversão, lançou pelo menos 3 discos de temática gospel e no fim de 2009 lançou o album Christmas in the Heart só com canções natalinas. É difícil de crer? Só vendo...



1. Band Aid - Do They Know its Christmas

Você pode até nunca ter ouvido falar, mas o Band Aid foi um supergrupo formado em 1984 com intuito de arrecadar fundos para crianças da Etiópia. O trabalho deu super certo e rendeu esse single aí, Do They Know its Christmas. No clipe tem Bono Vox, Sting, Boy George, David Bowie e muitos, muitos artistas que bombavam nos anos 80. Confere aí:



Menção Honrosa: John Lennon - Happy Christmas

E para você pensar na vida. Tem essa linda canção do John Lennon.


Tenham todos um Feliz Natal!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Top chororô: Músicas realmente tristes


Precauções: Se você tem tendências depressivas e/ou suicidas ou está em pleno processo de dor de cotovelo não leia o post abaixo.

Compilamos aqui as MÚSICAS MAIS TRISTES segundo a humilde opinião desse blog. Na verdade, fizemos um Top 7. A seleção foi feita levando em consideração letra, melodia e, em alguns casos, o contexto de produção da canção.

7º De onde vem a calma – Los Hermanos

Para começar, uma das canções mais tristes da banda carioca Los Hermanos.
A história da canção é desconhecida, mas a voz do eu-lírico mostra seu desespero em relação à solidão.



Ápice dramático:
“não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão”


6º My body is a cage – Arcade Fire/Peter Gabriel
(Ok, a música é do Arcade Fire, mas o cover do Gabriel é bem mais bonito) Outra de história desconhecida. A melodia aliada ao refrão repetitivo e à voz marcante de Gabriel, porém, deixam a música num tom grave e triste.



Ápice dramático:
“meu corpo é uma jaula
Que me impede de dançar
Com quem amo”


5º Creep – Radiohead.

Essa embalou a adolescência de muita gente e nem precisa falar muita coisa. Você já viu a cara do Thom Yorke? Quer coisa mais estranha do que aquilo? É o auge da falta de jeito, do nerdismo, do forever alonismo, etc, etc.



Ápice dramático:
“você é tão especial
Eu queria ser especial
Mas sou um verme
Sou um esquisito
O que diabos estou fazendo aqui?
Eu não pertenço a esse lugar”


Daqui para frente fica ainda mais triste, hein...

4º Clarisse – Legião urbana

Sem querer colocar palavras na boca do Renato Russo, letrista da música, Clarisse pode representar toda uma geração de adolescentes que viveu uma década em que os problemas relacionados à identidade estavam no auge. Saídos de uma geração politizada para uma que não sabia sobre o que protestar e vivia em pleno processo de informatização. Época em que alguns distúrbios psiquiátricos, antes vistos como relacionados à personalidade, estavam sendo declaradamente reconhecidos como DOENÇAS. Época do boom das vendas do Prozac... (A música é longa, vou avisando...)



Ápice dramático:
(A música inteeeeeira de longos 10'33 de pura tristeza)
Prende o chororô

3º Space Oditty – David Bowie
Ela já foi escolhida como uma das "Músicas mais triste do mundo” por um jornal inglês. A historia do astronauta que perde o contato com a torre de controle e sente a iminência da morte angustia pessoas há quase 40 anos.



Ápice dramático:

“Diga a minha esposa
Que a amo muito
E ela sabe”


2º Ne me quitte pas – Jacques Brel.

Jacques Brel, compositor da canção, conheceu Suzanne Gabrielle e se apaixonou perdidamente por ela. Ela, no entanto, não levou o caso amoroso muito a sério e o deixou. Ele foi a um programa de TV lançar sua nova canção e em meio a lagrimas e muito, muito suor se declarou para ela EM REDE NACIONAL!

Essa não tem como incorporar, mas você pode linkar pro youtube e assistir ao vídeo legendado.

Depois de tanto chororô, Suzanne voltou para ele. Poréééém, alguns meses depois, Brel se desencantou e abandonou a ex-amada...

Ápice dramático
"Deixe que eu me torne
A sombra da sua sombra
A sombra da sua mão
A sombra do seu cachorro
Não me deixe"


1º Hurt – Nine Inch Nails/Jhonny Cash

A música é do Nine Inch Nails, mas a versão do Jhonny Cash é bem melhor. Escrita por Trent Reznor do Nine Inhc Nails, a canção teve uma versão lançada por Jhonny Cash meses antes de sua morte. O clipe da canção mostra cenas da vida do cantor (que envolveu muitos escândalos, drogas e um amor verdadeiro que morrera poucos meses antes do lançamento do vídeo) e caiu como uma luva. Tanto que fez com que Reznor, o compositor, dissesse que a música nao era dele e sim de Cash.



Ápice dramático:
"Machuquei a mim mesmo hoje
Pra ver se eu ainda sinto
Eu focalizo a dor
É a única coisa real"


E aí? Você tá legal? Faça suas "menções honrosas" nos comentários.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Oublier


Esqueça por uma noite tudo aquilo pelo qual passamos
As discussões, as brigas, as palavras duras que lançamos um ao outro
Esqueça e veja o céu como está, assim como no dia em que nos beijamos

Esqueça por uma noite que nossas tristezas foram maiores que nossas alegrias
Esqueça o que ensaiamos viver e não vivemos
Esqueça nossos planos, nossos futuros sorrisos
Esqueça, meu amor, esqueça.

Esqueça por uma noite a forma como eu cruzei aquela porta
Esqueça tudo o que eu falei e o que eles falaram também
Esqueça e me conceda esta dança...

Assim, eu segurando tua mão com minha mão
E tua escápula com a outra
Dançamos e eu não pude deixar de levar minha cabeça ao teu peito e me perguntar:

Por que você achou que não viriam me advertir?
Que não viriam me falar e dar suas opiniões?
Ou pior, que eu não descobriria sozinha?
Por que você me fez passar por tudo o que eu passei?
Por toda aquela humilhação... Por quê?

Esqueça, meu amor, afinal não poderei esquecer
Que essa será nossa última dança.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O desencanto


Nosso terceiro encontro... Tava vidrado naquela mina. Rostinho angelical, toda fina, cheia das educação. Eu pensei até que ela fosse metida a besta, mas a menina era gente fina.
Falava de tudo. Falou de samba, de rock, de futebol, até riu quando eu lembrei da musiquinha do Mario Bros. Falava baixo, prestava atenção em tudo que eu falava, era inteligente. Não olhou nenhum cara do bar, como essas menina louca que eu tava acostumado. Agradecia o garçom toda vez que ele vinha na mesa. Tinha um lero legal, uma carinha de virgem do cacete, dessas que sabem o evangelho de cor e salteado, saca?
Na primeira vez que a gente saiu foi pra um desses boteco seboso. Ela pediu pra dividir a conta e eu, malandro que sou, saquei o esquema: quando a mulher quer pagar tua conta, nêgo, é pra não ter a responsabilidade de dar pra tu.
Dessa vez, levei no melhor bar que eu conhecia e quando a conta chegou, eu fiz questão de pagar tudinho, centavo por centavo.
Quando a gente foi pra um canto escondidinho (um motelzinho de responsa, que a mina valia a pena), olhei o rostinho dela, ela toda timidazinha... Bróder, deu pena, véi. Queria levar ela pra casa, apresentar pra minha mãe, casar, ter filho, tudo assim bonitinho que nem ela.
Mas na hora do vamo que vamo, veio a decepção:
Tão perfeita e trepava feito atriz pornô.
Desencantei.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O carnaval da louca


Me chamaram de louca
Me jogaram ao chacal
E com a voz tão rouca
Desejaram o meu mal

Me chamaram decadente
Me disseram atrevida
Me joguei à própria sorte
Me entreguei a minha vida

Me chamaram de doente
Me disseram que não
Hoje vêm assim contentes
Querendo me dar a mão

Me chamaram deprimida
Me negaram os braços
Hoje vêm tão displicentes
Querendo me dar abraços

Me chamaram pessimista
Não quiseram me dar teto
Como se ser otimista
fosse não ter desafeto

Mas não me entenda faz mal
Cada um dos meus dias
É dia de carnaval
E todas as minhas dores
são pretextos pra sambar.
Hoje o bloco é seleto
Se negaram me teto
Não será mais um motivo para chorar
Vou até fazer direito
vou inflar bem forte o peito
Pra duas coisas não faltar:
Amor e ar!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O caderno vermelho



Mariana ganhou de presente de natal da sua avó um caderninho vermelho de poucas páginas quando tinha apenas 13 anos:
- É para guardar as lembranças de seus amores – disse a vó.
Como o amor não vinha, decidiu aos 17 narrar suas aventuras no caderninho. A primeira estava lá, com o nome gravado com todo o carinho que suas mãos podiam dar. Não sabia se era bem amor, mas como o tempo passava e o caderninho estava ainda em branco, descobriu o amor nos braços daquele mesmo. E eis o primeiro nome...
Quando anos depois descobriu a traição do amado, rasgou todas as folhas e juras de amor daquele caderninho vermelho. Chorou durante dias, é certo. Quem já chorou dessas dores, não há de duvidar. Mas como o amor se foi, as lágrimas foram junto. Mas se demorou tanto a ir...
Pois que um dia, Mariana entra numa livraria sem grandes pretensões. Queria algo para acalmar o pensamento. Deu de cara com um livro que o vendedor louvara e lançara ao vento elogios mil ao autor.
- Soube que até foi Nobel em literatura?
Era “O amor nos tempos do Cólera” de Gabriel Garcia Marquez. Levou-o. Não porque achou que seria bom, mas pelos louvores do vendedor, não podia ser má obra.
Leu-o. E viu que, quando fora abandonado por Fermina, Florentino escreveu num caderno todas as mulheres com as quais fizera amor.
- Farei o mesmo. E terei mais que ele! – pensou e em seguida correu por todas as livrarias e papelarias da cidade para comprar um caderno de capa vermelha, dessa vez com muitas, inúmeras páginas. Achou-o. Não era lá tão grande. Era um caderno comum. Pegou uma caneta e escreveu:
“Número 1. O canalha – nada de relevante a comentar. Ainda não sei diferenciá-lo dos outros”
Depois correu até outra livraria e pôs-se a conversar com o vendedor que lhe vendera o livro elogiando a escolha e dizendo tudo que achara interessante na narrativa. Mais tarde, o vendedor se tornaria o número 2.
“Número 2. O vendedor de livros – muito rápido. Só”.
Depois o número 3 “O amigo que sempre quis me comer”, o quarto “o bibliotecário bonitinho”, o quinto “Meu professor de Literatura”, o sexto “o vizinho”... e assim foi lotando o caderninho até chegar à ultima página. Correu à livraria, precisava de mais folhas para escrever o resto.
- Tenho mais homens que Florentino Ariza teve mulheres!”– orgulhava-se a andar pelas ruas com o caderninho nos braços. Ao entrar na livraria teve um sobressalto. O “canalha” estava com sua nova namorada. Mariana quase deixou o caderninho cair das mãos. Deu as costas e folheou o caderno.
- Tantos homens por isso? Por esse espécime rebaixado? – pensou consigo.
Uma atendente veio perguntar-lhe se poderia ajudar. Ela respondeu:
- Não, não precisa. Não quero nada.
E saiu a rir de si mesma e a olhar o caderno.
Assim como Fermina Daza, iludiu-se pela imagem de seu Florentino Ariza quando com olhos jovens e inebriados de paixão. Uma deusa coroada na feira do Porto, seu caderninho e um nada! Isso é que dá ficar lendo romances!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

3 anos do "Fala, Lyla Louca"


3 anos, mas parece que foi ontem que eu fiz minha primeira (de muitas) postagem aqui.
O blog variou, falou de música, de livros, de filmes. Teve poemas, pequenos contos, desabafos, histórias inventadas e outras reais com pinceladas de poesia, de melancolia, de eufemismos...
A quem o leu, meu muito obrigada!
Agradeço por você fazer parte deste momento.

Um forte abraço,

Lyla.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Persépolis


Dividida em quatro livros, a graphic novel autobiográfica Persépolis é um achado. Neles, a iraniana Marjane Satrapi conta sua infância, adolescência e início da adultez durante a revolução islâmica e também durante a guerra do Irã-Iraque, entre os anos de 1980 e 1988.
Satrapi nos narra as angústias de uma guerra, da falta de liberdade de expressão em um Irã dominado pelas fundamentalistas; da aflição de ser imigrante na Áustria e se sentir imigrante em seu próprio país.
Nascida numa família moderna, politizada e laica, Satrapi mostra com bom humor (e umas pitadas de inevitável drama) sua vida de rebeldia e transgressão, mas também de medo, solidão e desesperança.
Por mais distante que seja a realidade iraniana da época de nossa realidade, ainda é possível se identificar com as palavras de Satrapi, com suas indagações sobre sua própria identidade e de seus valores morais típicas de muitas fases de nossas vidas.
Persépolis merece ser lido e não apenas por falar de liberdade, por ter lindas e expressivas ilustrações em preto e branco e lidar com humor com uma temática tão difícil como a guerra, mas também por lidar com elementos constitutivos da própria condição humana.
O Irã nem nos parece mais tão distante e o livro torna-se universal.
Vale a pena dar uma conferida.

*Não assisti a adaptação para o cinema dirigida pela própria autora. O filme foi indicado ao Oscar de melhor animação em 2007.

domingo, 25 de setembro de 2011

Top versões: "Versões masculinas (muito boas) para músicas Pop feminimas" Bonus Track


Sei que já existe uma postagem com este nome (se você é leitor assíduo, deve lembrar. Se não é ou não lembra mais, clica aqui), mas essa aconteceu antes das versões magníficas da banda alemã The baseballs entrarem pelos meus ouvidos e fazerem meu cérebro liberar uma quantidade assombrosa de endorfina! Os rapazes tocam covers de artistas como 50 cent, Kate Perry, Rihanna e Lady Gaga, tudo no maior estilo Rockabilly, desde a estética da banda até os timbres de voz que nos remetem a gênios da música do estilo, nascido na década de 50, como Jhonny Cash, Jerry Lee Lewis e Elvis (The Pelvis) Presley. Um luxo só!
Claro que eu separei a melhor das versões (na minha humilde opinião, claro) do trio alemão: A versão do sucesso Umbrella , da cantora Rihanna. Vale a pena a conferida.

*Como a incorporação foi desativada do youtube, segue abaixo o link do vídeo*

http://www.youtube.com/watch?v=DM2177pHMT0

domingo, 11 de setembro de 2011

Sobre um novo olhar


Quando as pessoas passam por situações difíceis, tendem sempre a dizer que aquilo foi para um bem maior ou que aprenderam muito com a crueldade dos tempos ruins, que amadureceram, que cresceram espiritualmente e tantas outras coisas. Dizem que Nietzche diz que o que não o mata, o torna mais forte.
Eu sempre acreditei que isso fosse uma tentativa frustrada das pessoas em acharem que ganharam algo entres as perdas. Uma estranha forma de conforto.
Eu já não penso assim. Acredito que podemos aprender sim durante a dor e durante a perda. Não faz muito tempo e eu tive que viver uma das mais terríveis fases da minha vida. Vivi a raiva da dor, senti o gosto amargo dela. Chorei, chorei...
Mas depois de tudo, vejo que nada melhor poderia ter me acontecido. Se você anda sempre de cabeça erguida, não olha aqueles que estão sentados lá no chão. Mas, quando se depara com uma mínima pedrinha, você cai, então pode ver todos os que estão na mesma situação.
Passa a ver a tristeza ali, encravada no fundo do olho daquele rapazinho sorridente. Percebe quando as coisas não estão indo bem com algumas pessoas. Começa a sentir a dor que nem é sua.
Digo sempre que isso é um dom que Deus dá quando lhe tira tudo. É uma recompensa e uma forma de mostrar que existe o outro, tão esquecido por nós. De te dar o enorme prazer de ver quem as pessoas realmente são. Pode ser dolorido, não nego. Demora-se a aceitar e demanda tempo e (muitas vezes até dinheiro), mas a recompensa pode ser magníficas.
De início, a raiva nos toma conta. Depois aprendemos que nada acontece por acaso, por mais clichê que isso soe.
Espero que se você, leitor, estiver passando por algo do tipo, pese os custos e benefícios de todo o seu sofrimento e tente entender que os seres se adaptam. Acredite: Sofrer pode ser o principal meio para aprender as coisas que são realmente importantes da vida.
Ou você pode usar isso como desculpa para se conformar. Daí é por sua conta.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Gosto de mim

Eu gosto dos meus cabelos, do meu olhar perdido em noite de lua cheia, de cantar andando na rua como que num clipe de banda.
Eu gosto de música, eu respiro música, eu penso em forma de música.
E gosto do meu cinzeiro de jogos de azar e gosto de jogos de azar e acho esse lance de amar, um famigerado jogo de azar.
Gosto de crianças, de riso de criança, de olhar de criança, de barulho de criança.
E gosto do barulho dos carros, da multidão, da respiração de quem tem prazer ao te dar prazer.
Eu acho que a vida é curta, mas que cabe nela um monte de coisas boas e de coisas más.
Eu amo meu bom humor habitual e o meu mau-humor providencial.
Eu gosto de coisas caras e de sapatos e de vestidos e de cachaça com gostinho de tutti-frutti.
Eu gosto de sentar na ultima fileira do cinema e de jogar pipocas nos que sentam lá na frente.
Eu gosto de ensinar, mas acho que uma das coisas mais difíceis é aprender.
Eu gosto de gostar de muitas coisas.
E o melhor de tudo é que eu gosto do gosto de mim.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sobre o dia em que vi Deus (Parte II)


Sobre o dia em que vi Deus (parte I)

Estava lá, sozinha, no apartamento do hospital. Neste dia não recebi visitas. Apenas a enfermeira que vinha de hora em hora para observar se o soro já havia acabado. Desolada, me pus a pensar sobre minha condição.
De repente, ouço a porta se abrir. “Decerto, é mais uma vez a enfermeira” – pensei. E contemplei o soro ainda cheio.
“Estou grogue ainda. Por favor, não me diga que estou inquieta para me aplicar mais qualquer coisa que seja. Diga ao médico que estou cansada disso!” – ensaiei meu discurso para a enfermeira. Mas não foi ela que me apareceu e sim, outra vez, o senhor robusto, bem vestido, mas sem o sombreiro. O chapeu grande foi substituído por um bem menor, mais clássico, mais charmoso. Mas que, mais uma vez, não me deixou ver seus olhos.
- O que quer comigo? – perguntei. Ele nada respondeu. Só me olhou (ou deve ter me olhado). Pôs as mãos no bolso e caminhou até a beira da cama. Desandei a falar:
- Já não é o suficiente? Veja, já não sou eu nesta cama. Meu corpo ainda pede pelo que o destrói a tremer descontroladamente. A dor me consumiu inteira, do cume da cabeça aos dedos dos pés. Não tenho nada! Chorei as águas do Gangis, tão salgadas quanto as do mar morto. Não suporto mais isso! E eu não quero seus escapulários. Você sabe o que eu quero! Não vou mais esperar. Acabou!
Ele balançou a cabeça negativamente. E num só puxão, tirou de cima do meu corpo o lençol que me cobria. Nas minhas duas mãos, os revólveres que ele me dera no passado. Tirou-os delicadamente de minhas mãos. Eu nada fiz. O que pudera eu fazer? Era Deus!
- Ainda não. – falou pondo o revólver no cós da calça que usava e cobrindo-os com o paletó.
Voltou-se para a porta e agarrou a maçaneta. Antes dele sair, gritei!
- Espere!
Sua mão pousou sobre a maçaneta e lá se manteve até eu terminar de falar:
- Eu tenho outros meios. Posso utilizá-los quando eu realmente desistir.
- É uma pena você ainda não ter aprendido nada. Eu decido a hora. - Respondeu-me sem sair da posição.
Eu olhei rapidamente para a janela. Ele, ainda na mesma posição, me disse com um certo desdém.
- O prédio do hospital não é tão alto quanto você imagina.
Então saiu. Eu nem podia me mover da cama. Os pensamentos travavam combates em minha cabeça. Minutos depois, a enfermeira entrou.
- Ainda acordada? Você está muito agitada. Vou falar com o médico. – disse ela.
E eu, virando o rosto para o escapulário que se encontrava em cima da mesinha, disse-lhe:
- Vá... e peça algo que me faça adormecer logo.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dicas para os solteiros no dia dos namorados


Solteiros de plantão, chega de ficar lamentando que o dia dos namorados os pegou desprevinidos (para muitos, como eu, mais uma vez). É hora de presentear a pessoa que você deve amar antes de amar os outros: você mesmo. Se dê aquele presente que você gostaria de ganhar. Não importa se é caro e vai te deixar mais apertado este mês. Não poupe para quem você ama.
Rola até se dar flores e chocolates, só não aconselho o velho e bom cineminha. Além de cheio, você não quer esperar numa fila com todo mundo se beijando, né?
Mulheres, se deem um dia de beleza com direito a tudo, depois se permita vestir aquela sua camisa bem grande e ver um filminho com pipoca (só não vale romance nem dramalhão). Homens, se deem ao luxo de assistir aquele jogão (nem que seja do Asa de Arapiraca x Guaratinguetá) ou um bom video-game com aquela cerveja. (Ops, isso serve para as mulheres também).
Pensem nos pontos positivos: você está sozinho, mas tem a sua companhia e se sua própria companhia te for agradável, ahhhh você vai aproveitá-la muito bem. Se não curte esse lance de ficar sozinho, convida os amigões solteiros para uma farra de solteiros (vale até um pequeno revival com aquele(a) ex lá do passado bem, bem remoto).
Que tal trocar presentes com eles num "namorado secreto"?
Não sei. Mas lamentação, lencinho e aiaiai estão fora de moda.
Este ano, dia 12 cai num domingo. Aproveita uma boa prainha, uma baladinha. O lance é chegar no trabalho com aquela cara de "nem dormi hoje". Olha que vai ter gente namorando que vai te invejar.
Lembra daquela cena do filme "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" em que Joel (Jim Carrey), protagonista da trama, diz: "O dia dos namorados foi uma data inventada pelas indústrias de cartões para deixar as pessoas solteiras tristes.".
Burle essas industrias e seja feliz nesta data!
Ame-se!

(Nossa, eu bem que poderia escrever livros de auto-ajuda, né? Caraca...)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Réplica ao poema do post abaixo

Esta é SIM a Marília, leonina, aos 24

Eu sou do tipo de gente que acha que Gin com tônica e Bourbon com menta coisa de veado. Que escreve contos que acabam mal, mas que recebem elogios e é melhor que mal acabe do que seja mal escrito.
Só ouço o que me agrada, sem me preocupar com a crítica – que a crítica tome no seu limpo e pomposo cu – acha que eu deveria ouvir. E acho que ouvir o que gosta é o melhor dos gostos musicais.
Sou do tipo de gente que acha que Arnaldo Jabor é um cara inteligente que fala merda. Sei lá, como Lars Von Trier e tanta gente com as quais eu me bato nas ruas.
Eu não acredito estar péssima. Péssima eu estive. Pretérito perfeito, perfeitíssimo. E não sou do tipo que acha que nuvens choram, porque nuvens chorando é uma metáfora tão ruim que não gosto de usar nem em pensamento. Sou do tipo que dorme rápido... depois de um ou dois comprimidinhos. Do tipo que tem afeto por desafetos.
Mas o mais importante de tudo. Eu sou do tipo que quer ser visto como SER HUMANO e não personagem. Eu sou maior do que o que dizem, do que pensam. Eu sou maior do que tudo isso. E polissíndetos não vão me definir perfeitamente. (meu inglês não é decadente, porque decadente é algo que declina, que piora. E todos sabem que nunca tive um bom inglês)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ao meu amigo Patativa

Não tenho nada a dizer além de um muito obrigada - por tamanha sinceridade - e pelo poema postado no link abaixo:


MADALENA MOOG - Olá! Esta é Marília, leonina, aos 24

quarta-feira, 23 de março de 2011

Um fado


João acreditava em destino ao contrário de Maria. Ele acreditava que tudo estava escrito, que estamos todos fadados às tramas dos deuses, que forças faziam as pessoas se conhecerem e, por conseguinte, se amarem, que as pessoas tinham hora e data certas para nascer e para morrer. Ela achava tudo absurdo e desdenhava das teorias de João.
Tudo que parecia incrível à João, ele lhe dizia:
- Viu? Foi o destino.
Ela apenas retrucava:
- Coincidência.
Acontece que num desses dias Maria perdeu o ônibus que sempre pegava, mesmo depois de correr. Esperou pelo próximo que demorou a chegar. Maria iria se atrasar para o trabalho e estava preocupada.
Se não fosse um engarrafamento causado por um acidente banal atrasar sua condução, ela jamais teria sentado no único assento disponível daquele ônibus. Sentou-se ao lado de um rapaz. O rapaz olhando o relógio começou a cantar baixinho uma canção portuguesa que a mãe de Maria lhe cantara quase todos os dias quando era criança. Quis conhecer o rapaz.
Semana depois, lá estava Maria de frente para um João em pedaços, banhado em lágrimas para dizer:
- Foi o destino.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Top Clipes Fofos

1.


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3.



(O primeiro vídeo quem me mandou foi a minha amiga queridíssima Mônica)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Blind


Se vai pisar minha omoplata, pise de salto fino, devagar e intensamente.
Prometo não chorar, apenas fechar os olhos e sentir o peso dos seus pés sobre mim.
Você nunca vai perceber cada uma das minhas cicatrizes
E um dia vai devanear que eu dilacerei meu corpo
Que arranquei com as mãos minha própria a pele
Que eu abra meu corpo e me tire de dentro.
Depois vai me segurar forte pelo queixo e me olhar até que eu feche os olhos ou desvie o olhar.
Não vai agarrar minha mão. A não ser que seja para me jogar ao chão onde ficarei por horas. Ouvindo com um dos ouvidos suas duras palavras e com o outro seus passos no piso.
Vai esperar que eu tome todos os remédios da farmácia do banheiro. Vai aguardar eu quebrar um dos meus ossos das mãos, que eu pule da janela, me jogue frente a um carro.
E enquanto eu estiver no chão, cega de toda a casa e de cada objeto, você vai me observar do sofá e pensar o quanto me amou na vida.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Aos (antes tão) caros


Não sei de onde surgiu a ideia/conversa de que eu não queria ver ninguém ou falar com ninguém justamente na pior fase da patologia da qual ainda estou me recuperando. Era uma época, claro, de carência e necessidade de amigos em que não recebi telefonemas ou visitas que quisessem me alegrar. Mas como, falei anteriormente, estou em recuperação e isso pode ser incluído também.
Por isso meu caro, se você não fez nada por mim até agora, apenas esperou que eu "voltasse", pode se manter em casa e não pegar seu celular para me encher o saco com o papinho da saudade e do "volta quando?". Eu estou fazendo um bom trabalho te guardando na "caixinha das coisas inuteis do passado".

Abraço frouxo e com tapinha nas costas.

Marília, a ex-Lila.