sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Gonzaga – de pai para filho*


“Gonzaga – de pai para filho” tem direção de Breno Silveira, o mesmo de “2 filhos de Francisco”, e é inspirado na biografia “Gonzaguinha e Gonzagão – Uma história brasileira”, de Regina Echeverria e em entrevista feita por Gonzaguinha com o pai nos anos 80. O filme foca na relação conturbada entre estes dois ícones da música popular brasileira. Uma verdadeira viagem freudiana num confronto de pai e filho que debatem, acusam e se defendem,  tudo embalado pela trilha sonora impecável dos dois músicos (a cena em que Gonzaguinha sai de casa ao som de "com a perna no mundo" é muito linda!) .
O longa não trata apenas de música ou de história de vida (erro comuns às cinebiografias de músicos), mas passeia entre ambos, pela história, pela cultura e pelo intricado das relações humanas.
O filme comove sem ser piegas, sem sentimentalismos. Cru e bonito, “Gonzaga” retrata nossa história musical, política e cultural em 60 anos retratados em forma de música e de uma fotografia primorosas. Atentem para a atuação de Julio Andrade (como Gonzaguinha) que assombra pela semelhança e pela interpretação.
Um dos raros filmes no qual se ri, chora, se identifica, mergulha e se emociona. Uma ode à cultura nordestina e à luta política pela democracia no Brasil.

* Esta é uma crítica de uma pessoa que gosta de assistir a filmes. Favor, não esperar linguagem ou mimimi de crítico chato de cinema.