A autora deste blog não tem por interesse o compromisso com a seriedade ou discussões aprofundadas sobre qualquer assunto que a faça perder tempo em respostas aos comentários postados e sim abordar pensamentos aleatórios construídos em momentos de extremo ócio em ônibus lotados, filas de banco, salas de aula e discussões idiotas decorrentes destes. Se essa não é sua área de interesse, por favor clicar no xis vermelho no canto superior direito da sua tela.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Um fado
João acreditava em destino ao contrário de Maria. Ele acreditava que tudo estava escrito, que estamos todos fadados às tramas dos deuses, que forças faziam as pessoas se conhecerem e, por conseguinte, se amarem, que as pessoas tinham hora e data certas para nascer e para morrer. Ela achava tudo absurdo e desdenhava das teorias de João.
Tudo que parecia incrível à João, ele lhe dizia:
- Viu? Foi o destino.
Ela apenas retrucava:
- Coincidência.
Acontece que num desses dias Maria perdeu o ônibus que sempre pegava, mesmo depois de correr. Esperou pelo próximo que demorou a chegar. Maria iria se atrasar para o trabalho e estava preocupada.
Se não fosse um engarrafamento causado por um acidente banal atrasar sua condução, ela jamais teria sentado no único assento disponível daquele ônibus. Sentou-se ao lado de um rapaz. O rapaz olhando o relógio começou a cantar baixinho uma canção portuguesa que a mãe de Maria lhe cantara quase todos os dias quando era criança. Quis conhecer o rapaz.
Semana depois, lá estava Maria de frente para um João em pedaços, banhado em lágrimas para dizer:
- Foi o destino.
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