“Gonzaga – de pai para filho” tem direção de Breno Silveira,
o mesmo de “2 filhos de Francisco”, e é inspirado na biografia “Gonzaguinha e
Gonzagão – Uma história brasileira”, de Regina Echeverria e em entrevista feita
por Gonzaguinha com o pai nos anos 80. O filme foca na relação conturbada entre
estes dois ícones da música popular brasileira. Uma verdadeira viagem freudiana
num confronto de pai e filho que debatem, acusam e se defendem, tudo embalado pela trilha sonora impecável dos
dois músicos (a cena em que Gonzaguinha sai de casa ao som de "com a perna no mundo" é muito linda!) .
O longa não trata apenas de música ou de história de vida
(erro comuns às cinebiografias de músicos), mas passeia entre ambos, pela história,
pela cultura e pelo intricado das relações humanas.
O filme comove sem ser piegas, sem sentimentalismos. Cru e
bonito, “Gonzaga” retrata nossa história musical, política e cultural em 60
anos retratados em forma de música e de uma fotografia primorosas. Atentem para
a atuação de Julio Andrade (como Gonzaguinha) que assombra pela semelhança e
pela interpretação.
Um dos raros filmes no qual se ri, chora, se identifica,
mergulha e se emociona. Uma ode à cultura nordestina e à luta política pela
democracia no Brasil.
* Esta é uma crítica de uma pessoa que gosta de assistir a filmes. Favor, não esperar linguagem ou mimimi de crítico chato de cinema.
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