quarta-feira, 31 de março de 2010

Diálogos entre os amantes



- Você me ama?
- Não... Por quê? Você me ama?
- Não.
E os dois não tendo amado, amaram para sempre sem saber que eram todo amor.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Top versões: "Versões para músicas de Bob Dylan"


Existem muitas versões para músicas do Bob Dylan. Inúmeras. Algumas, óbvio, melhores que outras. As listadas abaixo são versões que, na minha humilde concepção, são as mais originais e bem aranjadas.

3. Like a rolling stone - Rolling Stones

A música que falava da esnobe que acabou na sarjeta "como uma pefra rolando" ganhou essa versão da banda inglesa The Rolling Stone. Uma mega responsabilidade já que a canção foi eleita a melhor música de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Muita gente pensa que a música é dos Stones ou que a canção inspirou o nome da banda. Não se enganem: Os Stones tiraram o nome de uma música de Muddy Waters. O mesmo ocorreu com a revista. A música é bem influente, mas nem tanto...


A versão original

2. One more cup of coffee - The White Stripes


Um das mais belas canções de Dylan ganhou esta ótima versão na voz marcante e rasgada de Jack White. O resultado da criatura é bem diferente da original, mas não deixou de apresentar a qualidade do criador.


A versão original

1. It Ain't Me Babe - The Turtles

Essa foi pra lá de original! Os Turtles parecia mais uma banda que queria ganhar uma graninha indo na onda do sucesso dos Beatles. Eu disse: parecia. The Turtles era uma excelente banda e emplacou sucessos como "Happy Together", música que ganhou fama no Brasil graças a uma propaganda de carro. A banda transformou um sucesso do Dylan numa excelente baladinha.

A versão original


Calma que ainda temos as menções honrosas:
Knocking on heaven's door - Guns'n'roses

It Ain't Me Babe - June Carter e Johnny Cash

Conhece mais alguma? Posta lá no comentários!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Tercetos para amores malfadados



I.
Veio com gosto de abismo
E de um velho ateu
Sorriu o pessimismo

II.
Veio travestido em luz
E em caminhada lenta
Hoje me deixa carregando a cruz

III.
E veio transbordando beijos
E minha agonia
Transformou em desejos

IV.
Veio com a cura pro meu mal
Vestiu as cores de um carnaval
Fantasiado de alegria vã

V.
Hoje eu digo com desenvoltura
melhor chorar a triste desventura
do que morrer sem mal amar ninguém.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Para não dizer nada


Eu tenho conversado com as paredes.
Sim, tenho travado longos diálogos com os cômodos da casa vazia e desesperançosa.
Tenho debatido questões sérias em tom grave com minha sobrinha recém-nascida e é tão bonito vê-la concordar comigo com o olhar.
Tenha implorado às borboletas que moram debaixo do meu travesseiro que me deixem dormir um instante que seja para descansar a vista de que eu vi de ruim durante o dia.
Tenho rezado para meus pés e mãos e feito odes inenarráveis a eles.
Tenho agradecido todos os dias aos meus braços e pernas, cabeça, joelhos e cotovelos...
Tenho brigado a sério com meu peito e batido nele com o desespero de anos que leva consigo quem guardou as palavras por uma vida inteira.
Tenho cantado aos seres inanimados na esperança de vê-los dançar comigo ou entoar uma canção que seja com o vigor de uma ópera sem nome, mas de má fama.
Tenho discutido com Deus sobre o amor, a justiça, a misericórdia, a vida, a morte, as coisas do mundo, sobre as pessoas, sobre os erros...
Tenho escrito poemas às estrelas e marchinhas de carnaval à televisão.
E tendo dito tudo a tudo, decidi não dizer nada a ninguém que me pudesse entender.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Top versões: "Versões masculinas (muito boas) para músicas Pop feminimas"


Uma nova seção para o blog: a Top versões que, como o próprio nome sugere, terá a pretensão de escolher as melhores versões/covers da música (é muita pretensão, viu?).
Mesmo que eu não goste muito de fazer post's sobre música, me veio do nada uma vontade estranha de falar sobre minhas versões favoritas. E isso é o necessário para que nasça um post...
Pois bem, sem mais delongas, aí estão:
As melhores versões masculinas para músicas Pop feminimas (na minha humilde opinião de blogueira falida e apaixonada por música).

A versão de Jamie Cullum para Don't stop the music
A música é da Rihanna, mas a versão de Jamie deu um certo glamour ao tocá-la acompanhado de seu inseparável piano.
Veja a original clicando aqui.



2º A versão do Cake para I will survive.

Interpretada originalmente pela diva Gloria Gaynor foi/é um hino da liberdade feminina (e um hino para o publico gay também). Uma música forte que ganhou uma belísima versão e um clipe hiper-power-mega machão (com direito a motorista de caminhão e tudo). Essa versão mostra que os homens também sobrevivem ao fim de relacionamentos e querem demonstrar isso através da música.
A original
A cópia


1º A versão do Franz Ferdinand para Womanizer

A original é da Britney Spears em sua volta nada triunfal ao mundo da música pop. Música fraquinha no voz fraquinha da cantora, mas uma pérola nas mãos certas...

A original

A cópia:


E então? O que acharam? Comentem.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A vaidade das folhas de papel


A folha em branco é desesperadora. O enorme espaço cor de nuvem em dia ensolarado nada lembra aqueles dias que inspiram tranqüilidade. A folha grita, esperneia, rola no chão e pede encarecida e dramaticamente por uma palavra, uma frase ou pensamento qualquer. E se irrita quando o tempo passa e ela continua a se ver sem graça e espantosamente pálida
A palavra vaidosa vai aos poucos cambaleando tímida pela página tal qual um católico bêbado em dia de missa. Olha, pausa , reflete, duvida, trepida... Ali não quer entrar, não se acha adequada, não se acha bonita... E o que posso dizer se os vernáculos têm uma auto-estima tão baixa? Nem por esse tipo de problema. Não. As palavras são apenas seres que sabem seu lugar. Que sabem onde e quando devem estar.
Então começa um balé incansável das letras. Umas vêm fácil, dançando e seduzindo quem escreve. Outras vêm sem jeito, sem gosto, sem ritmo. Outras vêm forçosamente. Não querem sair do repouso divino do cérebro. Não querem realizar as inúmeras possibilidades de ligações...
O escritor trava com estas um guerra. E vai tira-las de lá à força. Com as armas perigosas da paciência, o autor adentra o território inimigo e tira de lá o que lhe é de direito. É uma guerra sem fim, coitado...
Depois de tirar as letras, de formar palavras, de uni-las em frases e períodos que formam pensamentos, de completar por fim a pagina, nosso herói sente que exala poder. A folha, antes triste, irradia alegria por ser agora preenchida pelas palavras de alguém e se sente única, o trunfo de seu rei escritor.
O autor porém, ao reler a página, não se sente satisfeito. Como pôde escrever tantas asneiras? Como pôde usar tantas palavras que em nada combinam com as outras? Ele olha a página, acaricia o queixo, amassa a folha e a joga no lixo ao lado da mesinha. Logo prepara uma nova página e trava mais uma batalha com ela.
Pobre folha... Jogada no lixo, relembra o que foi e reflete sobre o que poderia ter sido. Porém, não se deixa abalar. Para ela, melhor se tornar lixo nas frias mãos de um poeta depois de servi-lo do que ser eterna para um escritor vulgar.
Malditas folhas! Como são vaidosas...