A autora deste blog não tem por interesse o compromisso com a seriedade ou discussões aprofundadas sobre qualquer assunto que a faça perder tempo em respostas aos comentários postados e sim abordar pensamentos aleatórios construídos em momentos de extremo ócio em ônibus lotados, filas de banco, salas de aula e discussões idiotas decorrentes destes. Se essa não é sua área de interesse, por favor clicar no xis vermelho no canto superior direito da sua tela.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Do deleite natalino*
* Esse é um desabafo. Se não estiver a fim de ler. Pare agora.
Me perdoem os otimistas de plantão, os amigos que já não suportam meu pessimismo, meu ceticismo e meu jeito tosco de encarar as coisas imutáveis da vida.
Me perdoem os que sempre esperam a bonanza mesmo num barquinho fudido em meio à tempestade. Perdão à turma do tudo bem, aos felizes pra sempre, aos "de boa"... Perdoem, mas eu odeio esse clima de fim de ano.
E não, não é trauma de infância ou uma tentiva frustrada de parecer um daqueles velhos chatos à la Woody Allen... Não, é um sentimento antigo de vazio. É... Vazio.
Não tente me convencer do contrário: o Natal é, e sempre será, ruim! Mas eu insisto em fazê-lo melhorar e sim, esse é o meu mais terrível mal: Melhorar o imelhorável.
Não é bom as pessoas te cumprimentarem quando passam os outros 360 e poucos dias sem fazer o mesmo. Não é bom aquele falso clima de fraternidade. Aquele pensar nos milhares de mortos de fome espalhados pelo mundo bem na hora da bela e farta ceia.
É sempre a mesma coisa. Eu participo de todo amigo secreto idiota que me convidam mesmo que eu seja indiferente a quase metade dos participante e deteste os demais... Todo ano eu estou lá, entregando presente, ganhando presente e pensando "poxa, que grandessíssima MERDA". Todo ano (eu digo TODO SANTO ANO) é o mesmo: Lá vou eu pensar em festa pra me animar. Se não gasto dinheiro e a festa não sai como eu quero, eu me frustro. Se eu gasto horrores (que é o que eu tenho feito) e a festa não não sai como eu quero (o que sempre acontece), eu me frusto e penso como seria torrar toda essa grana em alguma coisa para mim. (Esse ano eu nem vou comprar meu Nintendo Wii... Merda!).
Eu compro presentes para as crianças e faço aquela cena sobre o Papai Noel:
"Olha, o que o Papai Noel deixou na árvore de natal!"
E lá vou eu pôr meu suor pra inculcar nos inocentes a porra do espírito natalino... Espírito natalino caro do cacete!
Fora aquelas ruas com gente a dar com pau entrando e sainda das lojas em que você entra... Ai, meu deus! Lá vem aquela versão tosca da Simone tocando em tudo que é lugar. Jesus tem piedade!
"Jesus nasceu", você pode dizer. E eu te respondo que não acredito em Deus, quanto mais em filho dele. E então?
Mas todo ano eu faço festa, todo ano eu enfeito aquela porra de árvore cara com enfeites e dou presente a meio mundo, pra quê? Va-zio...
Merda!
Mas eu sempre faço... Acho que é um deleite masoquista isso, viu? Ou a esperança vã de ser arrebatada por um sentimento bom.
Não sei. Mas se quer saber, te peço uma coisa: Se quer me presentear nesse Natal, amarra tua falsidade e vai ficar feliz lá na casa do cacete!
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2 comentários:
Muito bem Lyla, assino embaixo... "Espírito natalino caro do cacete!".
Bombou Lyla, tb possuo esse (anti)espírito natalino!
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