terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Intelectualóidismo


Doença antes rara, o intelectualóidismo assola todo o mundo. Altamente contagiosa, essa doença se espalha a passos gigantescos. Infelizmente ainda não possui cura.
Eu poderia informá-lo, caro leitor, que esta doença não mata, mas não quero deixá-lo com a imagem errônea de que ela não pode fazer muito mal. Um dos principais sintomas é que o paciente passa a se gabar por tudo que lê. Depois, começa a se gabar de tudo que ouve. Depois, dos filmes que vê. Por último, passa a agir como se fosse superior aos que não fazem o que ele faz (ler, ver e ouvir coisas julgadas boas, canônicas).
Preconceitos a parte, não suporto o tipo! Por que se gabar pelo que lê? Até concordo que ler produz conhecimento que, por sua vez, produz poder. Mas esse poder pode ser passado de mão em mão. Ler não o faz melhor que ninguém. Não se orgulhe de ler Dostoievski, Machado de Assis... Isso qualquer alfabetizado faz. Eu me orgulharia se tivesse escrito as obras e não de tê-las lido. Ler é fácil. Interpretar é que é difícil. E conhecimento por conhecimento a gente acha no google!
Não é o que você sabe, mas o que faz com o que sabe (Deus do céu, de onde tirei isso?).
O intelectualóide, também conhecido como pseudo-intelectual, muitas vezes pode fingir amar filmes do tipo cabeçudos que ninguém entende (aqueles sem pé nem cabeça, sabe?) e álbuns conceituais (salvo raras exceções)... O gosto musical é refinado e por isso se julga o melhor ser que já pisou sobre a terra (não só se julga como as pessoas comuns também ajudam na deformação da auto-imagem desse indivíduo – Vide google: Mallu Magalhães) Um saco!
Mães, por favor, não se preocupem se seus filhos possuem gostos estranhos (leia-se bom gosto), mas atentem para comportamentos presunçosos.
E, se você possui um desses sintomas (clique na imagem acima e descubra), procure ajuda urgentemente ou, pelo amor do Santo Sócrates, afaste-se de mim!

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