segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Persépolis


Dividida em quatro livros, a graphic novel autobiográfica Persépolis é um achado. Neles, a iraniana Marjane Satrapi conta sua infância, adolescência e início da adultez durante a revolução islâmica e também durante a guerra do Irã-Iraque, entre os anos de 1980 e 1988.
Satrapi nos narra as angústias de uma guerra, da falta de liberdade de expressão em um Irã dominado pelas fundamentalistas; da aflição de ser imigrante na Áustria e se sentir imigrante em seu próprio país.
Nascida numa família moderna, politizada e laica, Satrapi mostra com bom humor (e umas pitadas de inevitável drama) sua vida de rebeldia e transgressão, mas também de medo, solidão e desesperança.
Por mais distante que seja a realidade iraniana da época de nossa realidade, ainda é possível se identificar com as palavras de Satrapi, com suas indagações sobre sua própria identidade e de seus valores morais típicas de muitas fases de nossas vidas.
Persépolis merece ser lido e não apenas por falar de liberdade, por ter lindas e expressivas ilustrações em preto e branco e lidar com humor com uma temática tão difícil como a guerra, mas também por lidar com elementos constitutivos da própria condição humana.
O Irã nem nos parece mais tão distante e o livro torna-se universal.
Vale a pena dar uma conferida.

*Não assisti a adaptação para o cinema dirigida pela própria autora. O filme foi indicado ao Oscar de melhor animação em 2007.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oe!
Parece interessante o livro, eu tenho mil e um pra ler no momento, mas fica a dica!