terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O brado (não tão) retumbante


Minissérie da Globo mostra rotina do homem mais importante do país: o presidente. Até aí, tudo bem. Mas o tal (irreal) presidente Paulo Ventura (Domingos Montagner) caiu de paraquedas no mandato, vira super-herói da democracia e da luta anti-corrupção e acaba quase caindo no impeachment por denúncias de corrupção forjadas por seus adversários.
Parece meio estranho, não é mesmo? Nem tanto. A obra é ficcional, claro. Mas é a mesma historinha que Collor revelou anos depois de ser deposto. De tão absurda, a história daria uma novela. Não deu, acabou como minissérie mesmo.
Aos 40 anos, Collor parecia a cara de um novo Brasil: era o primeiro presidente eleito pós regime militar, era jovem e da geração saúde. Collor prometia acabar com a inflação. Com tantas denúncias de corrupção e após ser traído pelo próprio irmão (oh, coitado), a câmara dos deputados votou a favor do impeachment às vistas da população que não desgrudava os olhos da TV.
Anos mais tarde, a TV voltou a mostrar um Collor abatido, traído pelos companheiros e dizendo ser deposto por se negar a fazer coisas que não julgava certas e acusando seus opositores de terem forjado tudo às escondidas porque ele era "correto demais". Um herói do povo brasileiro.
Não sei, mas quando assisti ao release da minissérie, pensei: "Já ouvi essa historinha pra boi dormir antes". Eu estava certa e o brado... Ah, nem foi assim retumbante.

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