segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

The Killers e os singles de Natal

Olha que bonitinho... Desde 2006, a banda norte-americana The Killers lança um single de natal com renda revertida à organização filantrópica RED, destinada a portadores da AIDS.
Os últimos anos renderam clipes estranhos e músicas de letras ainda mais estranhas, mas que valem a conferida.
FELIZ NATAL, MOTHERFUCKERS!





Boots (2010)




The cowboy's Christmas ball (2011)




I feel it in my bones (2012)



Mas a minha preferida ainda é a Don't shoot me, Santa!, de 2007.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Top 3 - Músicas para curtir o fim do mundo


Os Maias não contaram o que viria depois do dia 21 de dezembro de 2012... Tem gente dizendo que isso significa o fim do mundo.
Pelo sim, pelo não, é bom ficar preparado.
Taí um top 3 com músicas para curtir o finalzinho de nossas vidas, aproveitar a chuva de meteoros, o maremoto, sei lá...



3. Um minuto para o fim do mundo - CPM 22


2. It's the end of the word (as we know it) - R.E.M


E SE O MUNDO NÃO ACABAR...
1. E o mundo não acabou - Carmem Miranda


domingo, 16 de dezembro de 2012

Top 3 - Músicas pra não deixar o amor acabar

Sabe quando o relacionamento entra naquele clima de "acabou"? Pois é, muitas vezes tem um que ainda insiste, ainda quer, ainda ama. A esses dedico esse Top 3!

3. Não se vá - Thiago Pethit
Thiago Pethit nasceu em São Paulo e tem dois discos lançados, no entanto, circula pouco na mídia. A música Não se vá foi escrita depois de um período de depressão sofrido pelo rapazinho aí. Nível: Deixa disso... Vamos tentar de novo.



2. Don't Speak - No doubt.
Essa embalou muitos términos de namoro nos anos 90. A música foi escrita pela própria Gwen Stefani para seu ex-namorado, e baixista do No doubt, Tony Kanal. Nível: EU NÃO QUEROOO!




1. Ne me quitte pas - Jacques Brel
Jacques Brel escreveu esse hino do amor que tá indo pras cucuias quando se apaixonou por Suzanne Gabrielle que nem tava muito a fim do rapaz, que foi chorar as pitangas EM REDE NACIONAL, implorando que ela não o deixasse.
Suzanne teve dó e reengatou o relacionament, mas dessa vez, foi ELE que a abandonou. Triste.
Nível: PELO AMOR DE DEUS, NÃO FAZ ISSO COMIGO!





sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Gonzaga – de pai para filho*


“Gonzaga – de pai para filho” tem direção de Breno Silveira, o mesmo de “2 filhos de Francisco”, e é inspirado na biografia “Gonzaguinha e Gonzagão – Uma história brasileira”, de Regina Echeverria e em entrevista feita por Gonzaguinha com o pai nos anos 80. O filme foca na relação conturbada entre estes dois ícones da música popular brasileira. Uma verdadeira viagem freudiana num confronto de pai e filho que debatem, acusam e se defendem,  tudo embalado pela trilha sonora impecável dos dois músicos (a cena em que Gonzaguinha sai de casa ao som de "com a perna no mundo" é muito linda!) .
O longa não trata apenas de música ou de história de vida (erro comuns às cinebiografias de músicos), mas passeia entre ambos, pela história, pela cultura e pelo intricado das relações humanas.
O filme comove sem ser piegas, sem sentimentalismos. Cru e bonito, “Gonzaga” retrata nossa história musical, política e cultural em 60 anos retratados em forma de música e de uma fotografia primorosas. Atentem para a atuação de Julio Andrade (como Gonzaguinha) que assombra pela semelhança e pela interpretação.
Um dos raros filmes no qual se ri, chora, se identifica, mergulha e se emociona. Uma ode à cultura nordestina e à luta política pela democracia no Brasil.

* Esta é uma crítica de uma pessoa que gosta de assistir a filmes. Favor, não esperar linguagem ou mimimi de crítico chato de cinema.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Um casal não tão bonitinho assim


Ele foi abandonado pelos pais quando bebê. Conheceu a mãe já na adolescência, pouco tempo antes dela ser atropelada por um policial bêbado. Ela nasceu no seio de uma família rica de Tóquio, mas sonhava em ser artista vanguardista.
Ele se tornou um Beatle, engravidou sua namorada de adolescência e teve de se casar com ela às escondidas para que as fãs não soubessem. Ela foi vítima de um casamento arranjado. Ao sair dele, foi internada pela família em diversas clínicas psiquiátricas.
Ele era um pai ausente e um marido violento. Ela largou o marido e fugiu
para a América para tentar a vida como artista.
Nos anos 60, os dois enfim se encontraram. John foi visitar uma exposição de arte de uma artista japonesa e viu uma palavra por trás de uma lupa. Quando mais se aproximava, mas nítida a palavra ficava. “Podia ser qualquer palavra” – sempre dizia ele em entrevistas  - “mas era a palavra ‘sim”. Tudo que ele precisava ouvir na época. Apaixonou-se de imediato. A ex-mulher, encontrou-o na cama com Yoko e o abandonou, deixando livre o caminho para a artista.
Iniciaram uma história juntos. Mas nem sempre Lennon foi o marido amoroso que demonstrava ser. Em entrevistas recentes, Yoko conta um dos casos mais dolorosos de sua vida: Em uma noite de 1973, ambos saiam de uma festa para a casa de um amigo. Bêbado, Lennon cantou uma convidada e levou-a para o quarto na frente de todos os presentes. Lá iniciou um show de urros e gemidos, que deixou os convidados e a então esposa envergonhados.
Um dos amigos aumentou o volume do som a fim de abafar o barulho, numa atitude “muito gentil”, segundo Yoko. Depois da traição pública, Yoko decidiu se separar de John. Desolado e arrependido, John se muda para Los Angeles e se afunda em álcool e drogas como a heroína. Yoko, numa manobra arriscada, convence sua secretária, May Pang (mil vezes mais bonita que ela), a ficar com John. Incentivado por Yoko, o romance durou pouco, mas, segundo a artista, serviu para que ela soubesse que teria alguém cuidando do ex-beatle.
Durante o tempo em que ficou deprimido em Los Angeles, recebeu a visita de amigos. Entre eles, o principal responsável por afastá-lo do vício em drogas e aproximá-lo de Yoko Ono: Paul Mccartney. Alguns meses depois, sóbrio, volta à Nova York para uma participação no show do amigo Elton John. Elton convidara Yoko para o show também. Ali, John teve o perdão tanto de Yoko quanto de seu público, que o ovacionou.
Viveram juntos até 1980 quando Lennon foi assassinado por um fã. Tiveram um filho de nome Sean.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Stallone: Um lutador

Assim como seu mais famoso personagem, Rocky Balboa, Sylvester Stallone travou batalhas espetaculares em sua vida. Filho de imigrantes italianos, Stallone nasceu em Nova York e, durante seu nascimento, vive sua primeira luta: em uma parto complicado, enfermeiras retiram-lhe com fórceps que mal utilizado ocasionou danos em um nervo que provocaram paralisia facial parcial, o que fez com que Stallone até hoje tenha dificuldades em movimentar os lábios, língua e queixo. Os olhos caídos e a voz que lhe rendem o reconhecimento imediato hoje, foi motivo de muito bullying na infância e adolescência e fez com que o futuro astro investisse muito de seu tempo em exercícios físicos e musculação.
Durante a adolescência, foi expulso de pelo menos 14 escolas e teve passagens por escolas para jovens problemáticos.  Na faculdade, foi desencorajado pelos professores a seguir a carreira de ator.
Ainda jovem, tentou realizar seu sonho de ser ator em Hollywood. Sem muitos dinheiro no bolso e tendo que dormir em  estações de trem, Stallone atuou em  seu primeiros filme: The Party at Kitty and Stud's (1970), um filme pornô de baixo orçamento pelo qual pagaram 200 dólares pelo desempenho, digamos, “artístico” do ator. Algo que o ator não faz questão de mencionar.
Stallone em seu primeiro filme: Um pornô!
Depois da meteórica carreira pornô, tentou outros papéis no cinema. A busca lhe rendeu alguns filmes e muitos papeis secundários até 1976, quando, após assistir à uma luta de Muhammad Ali decidiu trabalhar no roteiro de uma filme sobre a vida de um lutador. Nascia assim, Rocky, escrito em três dias e vendido para ser estrelado pelo próprio ator/autor. Naquele ano, Rocky foi indicado em 10 categorias do Oscar, vencendo as de melhor filme, diretor e edição. Não preciso dizer que o filme foi um grande sucesso de crítica e de público dando origem a uma das mais rentáveis franquias da história do cinema.
Em 1979, nasceu seu segundo filho, Seargeoh Stallone, uma criança autista. O primeiro, Sage Stallone, morreu aos 36 anos, após suposta overdose acidental de medicamentos.
Entre as décadas de 70 e 90, lançou alguns tantos filmes que foram verdadeiros fracassos, salvo pela franquia de Rambo. É um dos maiores campeões do prêmio “Framboesa de ouro”, que elege todos os anos os piores do cinema hollywoodiano.
Em 2006, após três anos sem filmar, decidiu encerrar as franquias Rocky e Rambo com mais dois filmes que lhe renderam boas críticas e muitos milhões de dólares a mais no banco. Em 2010, aos 64 anos de idade, quando ninguém mais esperava que Sly (como gosta de ser chamado) fosse estrelar um filme de ação, Stallone uniu um elenco de estrelas de filmes de ação dos anos 80 e lançou “Os mercenários”, um sucesso de bilheteria. O filme conseguiu a façanha de ser a maior estreia de Stallone nos cinemas.
Em 2012, mesmo após a morte de seu primogênito, lançou a sequência de Mercenários e estreia ainda esse ano o filme “Bullet to the head”. Tem planos de filmar comédia com Robert de Niro, dirigir filme de ação com  Jason Statham e sonha em dirigir um filme sobre um dos seus escritores favoritos: Edgar Allan Poe.
 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Brutus, fili mi!

Cercado por seus conspiradores, atingido por inúmeros golpes, o general lança os olhos marejados sobre  seu único, adotivo e ingrato filho, que portava um dos punhais que o ferira, e pronuncia suas últimas e mais sofridas palavras:
 - Tu quoque, Brutus, fili mi!*
Eu, sem o menor porte de estadista, com os mesmos olhos marejados, reporto-me a ele milhares de anos depois:
 - Tu quoque, Caesar, cur no ego?**

* Até tu, Brutus, filho meu!
** Se até tu, César, por que não eu?

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Os 26 e o bug do computador

No último 29 de julho foi meu aniversário. Completei 26 anos. Não houve festa. Não sei bem porque, mas chega uma hora que ir a um barzinho já é uma comemoração, chapeuzinho de aniversário é brega e velinhas das princesas Disney não são mais para a sua idade. A idade vem chegando, as rugas... enfim, ela chega mesmo.
Naquele fatídico dia, tudo parecia estar dando errado: perdi máquina fotográfica, alguns documentos, um telefone celular velho (que levo na bolsa para enganar ladrão - truque que já me salvou de perder meu celular oficial) e meu computador não queria ligar. Passei uns dias sem meu vício de todos os dias. Levei-o a um técnico que com cara de tristeza me avisou:
 - O computador teve salvação, mas os arquivos dele... Sabe como é, né? Tive que formatar.
Tive um sobressalto:
 - Formatar? Perdi tudo?
 - Infelizmente.
Saí de lá. CPU na mão, pensava em tudo aquilo que teria perdido para sempre: fotos, textos, artigos da pós... um infinidade de coisas que ainda não deu para fazer o balanço de tanto preju. Mas logo depois passei a lembrar da pasta "grandes erros", nas quais guardei fotos, mensagens trocadas pelo msn, prints de facebook, e-mails... Não falo metaforicamente. Havia mesmo uma pasta de arquivos com esse nome! E nela havia todas as coisas que acabei de citar. Uma bobagem, eu sei. Mas nunca consegui excluí-la. Guardava lá a certeza de que naquelas armadilhas eu não cairia mais. Duas bobagens.
Saber que ela desaparecera foi um enorme alívio. De repente, já não me importava com todo o resto que eu perdera. A pasta enorme havia sumido, como um sinal de que muitas coisas deveriam ser apagadas numa data simbólica. E que data simbólica!
Alguns erros não podem ser excluídos assim, como arquivos de um HD formatado. Isso não impede, entretanto, que deixemos aqueles que nada nos ensinam em seu devido lugar: no lixo.
Livrei-me de um grande peso.
Bendito seja o vírus que infectou meu computador!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Top Músicas para falsos amigos

Dia 20 de julho, dia em que esse post foi escrito (o post 100 do blog, diga-se de passagem), é comemorado o dia do amigo. Pois bem, nem todos podem se gabar de ter apenas bons amigos. Às vezes, um ou outro não é lá um bon ami. Para esses seres desprezíveis, dedico estas duas canções:

Tiziano Ferro - Ti voglio bene

Para cantar na cara:
"Não és mais meu amigo"



Bob Dylan - Positively 4th street

Para cantar na cara:
"Sim eu queria isso uma só vez
Que você estivesse em meu lugar
Assim você saberia que desgraça é
Te ver"





Tradução:
"De Fato 4ª Rua"

Você tem muita coragem
De se dizer minha amiga
Quando eu estava por baixo
Você só zombava

Você tem muita coragem
De dizer que tem como ajudar
Você só quer estar
Do lado que ganha

Você diz que eu a deixo por baixo
Mas sabe que não é bem assim
Se você está tão magoada
Porque não mostra?

Você diz perder a fé
Mas isso não bem isso
Você nunca teve fé para perder
E você sabe disso

Eu sei bem porque
Você fala por minhas costas
Eu já fui do tipo
Com quem você anda

Você me acha tolo assim
De pensar que eu contataria
Quem tenta esconder
Que não sabe nem como começar

Você me vê na rua
E age como surpresa
E diz "como está?" "boa sorte"
Mas não é o que você quer dizer

Você sabe tanto quanto eu
Que queria me ver pasmo
Porque não vem de uma vez
E grita que é isso

Não, eu não me sinto tão bem
A ponto de ver as dores que você sofre
Se eu fosse o melhor ladrão
Talvez eu as roubasse

E agora você se diz insatisfeita
Com sua posição, com seu lugar
Você não compreende
Que não é meu problema?

Eu queria que uma só vez
Você estivesse no meu lugar
E que só por um momento
Eu pudesse ser você

Sim eu queria isso uma só vez
Que você estivesse em meu lugar
Assim você saberia que desgraça é
Te ver

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Os 7 pecados capitais em música

Pecar todos pecam. Mas pecar em forma de música é coisa para poucos. Confira abaixo músicas referentes a cada um dos pecados capitais.

1. Preguiça. The lazy song - Bruno Mars



Ápice do pecado:
"Hoje eu não estou com vontade de fazer nada
Só quero ficar deitado na cama
Não quero atender o telefone
Então deixe o recado na secretária eletrônica
Pois juro que hoje eu não quero fazer nada".
 
2. Inveja.  Invejoso - Arnaldo Antunes


Ápice do pecado:
"O carro do vizinho é muito mais possante
E aquela mulher dele é tão interessante
Por isso ele parece muito mais potente
Sua casa foi pintada recentemente"
 
3. Gula. Feijoada completa - Chico Buarque
 
 
 
Ápice do pecado:
"Mulher, você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar:
Arroz branco, farofa e a malagueta;
A laranja-bahia ou da seleta.
Joga o paio, carne seca,
Toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão
".
 
4. Avareza (paixão pelos bens materiais). Diamonds are a girl's best friend - Marylin Monroe
Versão cantada pela bela diva no filme "Os Homens preferem as loiras", de 1957.
 
 
 
Ápice do pecado:
 "Um beijo pode ser grandioso mas não pagará o aluguel
Do nosso humilde apartamento, nem o ajudará com as refeições"
 
5. Ira. St. Anger - Metallica
 
 
Ápice do pecado:
"Eu estou muito bravo com você (x4)
... E Eu quero, que minha raiva seja saudável
... E Eu quero, minha raiva só pra mim
... E Eu preciso que minha raiva não controle
... E Eu quero que minha raiva seja eu"
 
6. Luxúria. Erotica - Madonna
 

Ápice do pecado:
"Erotica, erotica, ponha suas mãos sobre todo o meu corpo
Toda sobre mim"
 
7. Vaidade. Eu me amo - Ultraje a rigor
 
 
Ápice do pecado:
"Eu me amo, eu me amo. 
Não posso mais viver sem mim".
 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Andy Kaufman e o humor em tempos modernos

Lembro-me de ler uma entrevista na qual o ator e humorista Eduardo Sterblitch, o Freddy Mercury Prateado do Programa Pânico na TV ter dito que o público não sabia o que é bom ou o que é ruim, que o público não pensa e que deveria assistir à TV por ser algo mais fácil. Antes de iniciar a peça Minhas sinceras desculpas, peça da qual desistiu de continuar realizando por "culpa do público", pediu que ninguém fumasse no local para logo mais fumar pelo menos dois cigarros no palco. Engraçado e original. Na verdade não. O que acontece é que, muitos anos antes de Eduardo nascer, o comediante norte-americano Andy Kaufman fazia o mesmo quando travestido de Tony Clifton, um de seus personagens mais famosos e controversos. Não desmereço o ator brasileiro por uma mera referência (o humor vive disso, não?), mas por tantos quadros do Pânico serem tão manjados e que lembram tanto as aventuras de Kaufman no teatro e televisão. Em 2005, por exemplo, o programa de TV pôs um locutor para ler trechos de O guardador de rebanhos, de Fernando Pessoa, o que a crítica julgou como um deboche genial. Não era para tanto. Décadas antes, Kaufman lia para uma plateia ensandecida todo (TODO) o romance O grande Gatsby de F. Scott Fitzgerald. Num ataque de "genialidade", o Pânico pôs uma lutadora profissional para lutar (ou bater) nos integrantes do programa. Engraçado, no final dos anos 70, Kaufman se dedicou à luta livre, lutando com (pasmem) MULHERES! O mais importante não é o que se copia no âmbito do humor no Brasil ou o que a crítica classifica como original. O importante é que se constate que boa parte desse discurso que alguns humoristas fazem como que propondo uma maior reflexão do público ou de não encarar nenhum assunto como tabu é mais velho do que se imagina. A diferença é que no passado, os bons humoristas tinham suas convicções que iam além de IBOPE ou de dinheiro (e falo isso sem o véu da nostalgia que por vezes nos cega). Andy Kaufman foi a contra-gosto para a TV norte-americana e fez de um tudo para não se manter lá (embora tenha trabalhado bastante tempo no Saturday Night Live). Propunha um humor que o público muitas vezes não entendia e que nem ele ousava explicar, apenas ria e se divertia com sua grande traquinagem. Nada era tabu para Kaufman. Ou quase nada, porque Kaufman tinha também assuntos tabus. Adepto da meditação transcendental, Kaufman em plenos anos 70, negou-se veementemente a fazer piadas com drogas em uma sitcom. A ABC, emissora com a qual tinha contrato, não aceitou os apelos de Kaufman para retirá-lo da atração. Sem papas na língua, Kaufman abriu a boca no programa (que era ao vivo) causando grande estardalhaço na emissora aos olhos do grande público que o assistia, como sempre, atônito (assista ao vídeo da cena). Kaufman era genial. Genial porque nunca abandonou suas convicções. Para ele, o mundo era uma ilusão e de uma ilusão só se poderia rir. E riu muito dele: plantou notícias falsas na mídia, contratou atores profissionais para suas "brincadeiras", mentiu para a própria família. Tudo pela diversão. O grande público acabou não achando muita graça e Kaufman, infelizmente, teve que lutar contra o ostracismo no qual era jogado. Em 1984, descobriu que possuía em tipo raro de câncer no pulmão. Ninguém acreditou: família, amigos e tampouco a imprensa. Kaufmam morreu dias depois. Até hoje, os americanos dizem que assim como Elvis, a quem ele imitava divinamente, Kaufman não morreu. Apenas fez mais uma de suas brincadeiras. Isso sim é ser genial. PS. Em 1999, Andy Kaufman ganhou uma bonita homenagem: o filme O mundo de Andy (Man on the moon), estrelado por Jim Carrey e a música homônima do R.E.M.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

C.R.A.Z.Y - Loucos de amor (Canadá, 2005)

O filme canadense "C.R.A.Z.Y - Loucos de amor" é um verdadeiro achado. Primeiro, porque encontrá-lo é tarefa das mais árduas. Segundo, porque o filme é um daqueles filmes raros, cujo o roteiro, atuações, fotografia, trilha sonora, direção estão impecáveis. "C.R.A.Z.Y" foi o indicado canadense ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2005, mas não deu para o longa naquele ano. Uma lástima. Talvez fosse mais fácil de encontrar se indicado. Baseado nas memórias do co-roteirista, C.R.A.Z.Y aborda várias temáticas, uma delas, a questão da homossexualidade, mas sem apelação, afetação ou estereótipos, com a sutileza de poucos filmes sobre o assunto. Embora, o filme trate desta questão como central, outras questões se sobressaem. O amor é mostrado como eixo norteador de todas as outras temáticas, como abuso de drogas, questões familiares etc. Amor de pai pelos filhos (mostrado lindamente pela atuação de Michel Côté, como pai de 5 filhos) e de filho pelo pai (pela interpretação magnífica de Marc-André Gondrin), um amor sem limites que, em muitas das vezes faz com que os dois ajam de modo radical. Dirigido por Jean-Marc Valée, C.R.A.Z.Y leva o expectador a viajar por pelo menos três décadas da vida de Zac Beaulieu (Marc-André Gondrin), um jovem com tendências homossexuais que desde a infância esconde suas preferências por amor ao pai. De seu nascimento nos anos 60 a adultez no final dos anos 80, o diretor nos embala com uma magnífica trilha sonora composta por canções de David Bowie, Jefferson Airplane, Charles Aznavour e pela música "Crazy", de Patsy Cline, que embala todo o filme (contam as más línguas que Valée deu parte de seu salário para pagar os custos dos direitos autorais das músicas selecionadas para o filme). Divertido, belíssimo e emocionante, C.R.A.Z.Y é, sem dúvida, um ótimo filme sobre preconceito, relações familiares e amor. Vale muito a pena assistir. Ficou curioso? Segue o trailler abaixo:

domingo, 3 de junho de 2012

Conto curto e torto.

Duas amigas conversam em meio ao caos: - Depois de tudo aquilo, fui pro mundo e deu à torto e direito. A amiga dá mais um trago no cigarro enquanto a outra completa: - Mais aos tortos que aos direitos.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Rap ruim para um filho da puta pior ainda

Olha eu aqui perdendo o meu tempo com você/ Fazendo a porra de um rap, tentando esquecer/ Todas as promessas que você me fazia/ “Olha, quem sabe a gente se case um dia”/ Ah, mas eu não posso agüentar, / Tenho que xingar/ E gritar tudo que eu posso/ Pra poder desabafar/ Porco, sacana, meu maior inimigo/ Tudo que você vê/ É a porra do seu umbigo/ Por mais que eu tente, não consigo esquecer/ De quando sua namorada decidiu aparecer/ E toda inocente veio me cumprimentar/ Falando que de mim muito tinha ouvido falar/ E eu com sorriso tipo Monalisa/ Como um pagão bem na hora da missa/ Naquela hora eu queria ter uma bomba na mão/ Pra poder jogá-la bem no seu culhão/ Eu queria fazer o maior estrago/ Que um pedaço seu não coubesse num 3x4/ Mas de uma coisa você tinha razão/ Eu sou muito areia pra esse seu caminhão/ Você achando que a melhor pica desse mundo/ Só se no mundo sexo bom durasse um segundo/ Posso parecer do tipo classuda/ Mas quando desço vou mais baixo que a Valesca Popozuda/ É bom ficar ligado, é bom tu saber/ Esses teus podrinhos logo vão aparecer/ Vão ficar sabendo que tu não vale bosta/ Que vive falando mal dos outros pelas costas/ Olha, meu caro vou botar pra foder/ Eu no teu lugar botava logo pra tremer/ Você não sabe ainda do que sou capaz/ É bom andar sempre olhando para trás/ Você não sabe o que posso fazer/ Acabar com tua cara que nem tua mãe vai reconhecer/ Não pense que eu faço isso porque você foi gostoso/ Mas porque de todos eles você foi o mais o escroto/ Não vou nem perder meu tempo, tu já é passado/ E esse nosso caso vai ser arquivado/ Pá-pum-pum-pa-pei/ Nesse meu mundinho quem tem olho é rei/ Eu tenho dois para encarar e pra te avisar / Que logo, logo tua hora vai chegar!/

domingo, 15 de abril de 2012

My Valentine, de Paul Mccartney


Em pouquíssimos dias o grande Paul Mccartney estará outra vez no Brasil. Antes disso, divulgou em seu site, www.paulmccartney.com, o clipe da canção My Valentine, do disco Kisses on the bottom. A música tem a participação de Eric Clapton, na guitarra, no lindo instrumental da música, e de Natalie Portman e Jhonny Depp no clipe, interpretando lindamente a música com a linguagem de sinais. Sem contar que o próprio Paul dirigiu o clipe! Belíssimo. Um aperitivo para quem vai ao show.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Sim, eu amo carnaval


Há algum tempo, a jornalista paraibana Rachel Sheherazade ficou famosa no país inteiro por dizer odiava o carnaval. Alegou que hoje, a segregação entre os ricos e pobres é evidente devido a camarotes e abadás. Falou um monte de coisas fáceis de ser ver e foi tão elogiada que acabou por se tornar repórter em jornal de âmbito nacional.
Como eu posso dizer que ela está errada? Negaria que os cordões de isolamento não são um tipo de segregação social? Jamais! Eu acredito no que ela diz porque é óbvio.
Agora enxergar o que não é tão claro assim é que é mais difícil e nem sempre ganha a aclamação popular. Diferentemente dela, eu AMO carnaval, a festa da carne, do avesso, do mundo, do povo.
O carnaval nasceu da necessidade do povo de subverter a ordem. No carnaval quem manda é o povo! Os reis são ridicularizados, rebaixados. Rei só se for o Momo. Os nobres se mascaravam e passavam em meio à multidão que não se distinguia entre ricos e pobres, eram foliões e só.
Há camarotes dividindo as pessoas? Há. Mas quem faz o carnaval se não o povo? Quem trabalha o ano inteiro por ele? Quem desfila? Quem faz bonito? Quem sofre ou ri com o resultado? Quem senta horas numa dura arquibancada só para vibrar quando a escola do coração invade a Sapucaí? É o povo.
Há abada? Cordão de isolamento? Óbvio. Porém, em cada dia de carnaval, circulam pelo menos 20 blocos pelas ruas do Rio de Janeiro de graça e para qualquer folião. Isso apenas no Rio e em apenas um dia! Pelo país o número é tanto que nem se sabe ao certo.
Você pode acreditar que carnaval é apenas aquele que os ricos podem participar. Eu acredito em carnaval de rua, em feriado de três dias nos quais o povão pode reinar, dançar, comemorar.
Eu amo carnaval porque o povo não deixa que ele morra em sua essência. Nasceu do povo e vive por causa dele. E carnaval é feito samba: quem não gosta dele, bom sujeito não é. Ou é ruim da cabeça ou doente do pé.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O brado (não tão) retumbante


Minissérie da Globo mostra rotina do homem mais importante do país: o presidente. Até aí, tudo bem. Mas o tal (irreal) presidente Paulo Ventura (Domingos Montagner) caiu de paraquedas no mandato, vira super-herói da democracia e da luta anti-corrupção e acaba quase caindo no impeachment por denúncias de corrupção forjadas por seus adversários.
Parece meio estranho, não é mesmo? Nem tanto. A obra é ficcional, claro. Mas é a mesma historinha que Collor revelou anos depois de ser deposto. De tão absurda, a história daria uma novela. Não deu, acabou como minissérie mesmo.
Aos 40 anos, Collor parecia a cara de um novo Brasil: era o primeiro presidente eleito pós regime militar, era jovem e da geração saúde. Collor prometia acabar com a inflação. Com tantas denúncias de corrupção e após ser traído pelo próprio irmão (oh, coitado), a câmara dos deputados votou a favor do impeachment às vistas da população que não desgrudava os olhos da TV.
Anos mais tarde, a TV voltou a mostrar um Collor abatido, traído pelos companheiros e dizendo ser deposto por se negar a fazer coisas que não julgava certas e acusando seus opositores de terem forjado tudo às escondidas porque ele era "correto demais". Um herói do povo brasileiro.
Não sei, mas quando assisti ao release da minissérie, pensei: "Já ouvi essa historinha pra boi dormir antes". Eu estava certa e o brado... Ah, nem foi assim retumbante.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Top músicas para dor de cotovelo.


Relacionamento não deu certo? Acabou? Não tem problema. Quer um bom conselho? Põe aquela música de "roedeira" e chore, chore, chooooore. Melhor que isso para dor de cotovelo só chá de p*ca!
Mas se controle e faça o mais sensato: Chore!
Para isso, fizemos um top para você roer. Pega a cachaça e vamos lá.

5. Spending my time - Roxette.



Para cantar bem alto:
"Spending my tiiiiiiiiime
Watching the days go byyyyyyy"


4. All by myself - Eric Carmen/Celine Dion



Para cantar bem alto:
"Aaaaaall byyyyy myyyyseeeeeelf
Don't wanna live"


3. The winner takes all - Abba.



Para cantar bem alto:
"The winner takes aaaaaaaaall"

2. Love of my life - Queen



Para cantar bem alto:
"Love of my life
you hurt me
You've broken my heart
and now you leave me"


1. Amado - Marcelo Jeneci/Vanessa da Mata


Para cantar alto:
"Como pode ser gostar de alguém
e esse tal alguém não ser seu"

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A luz de Elis


Na era de ouro, conheci Elis. E me desculpem os leitores se não tenho o refinamento necessário para defini-la; escrevo como escreveram os de minha época, com os avanços de um Fitzgerald ou de um Kerouac.
Elis não era fina, nem cheia de afetações como quase todas as moças da época, embora usasse os cabelos curtos à la mode e um batom forte como as moças dos teatros de revista. Gostava de falar de coisas de homem. Repetia sempre que Chiquinho, ídolo do Andarahy futebol Clube, era o melhor jogador que já havia visto, dizia que o maxixe um dia iria chegar às casas mais requintadas da Europa e que a guerra iria acabar com as riquezas dos grandes cafeicultores. Coisas de se espantar ouvir de uma moça naqueles tempos, não só por parecerem irreais à primeira vista, mas por serem ditas por uma figura tão franzina dando longas baforadas de charuto. Não fazia o estilo “melindrosa” de tantas moças que pelos salões passavam e orgulhava o pai por sua inteligência e altivez.
As mulheres sempre que podiam falavam horrores sobre ela; de sua falta de decoro, de educação, de não seguir a etiqueta, da forma como ajeitava os cabelos, de qualquer mínima falha. Eu, por minha vez, adorava tirar-lhe um sorriso ou algumas muitas palavras e da luz que incidia sobre ela, de como ela dançava o foxtrot sozinha...
Eu sempre fora apaixonado por ela. E a imaginava cuidando de nossa casa como uma magnífica rainha do lar, esperando para desabotoar os cadarços de meus sapatos, de joelhos sob a cadeira de repouso. Lembro de ter falado a minha mãe de propor-lhe um namoro sério, o que minha mãe rejeitara.
- Aquela age como homem! Dia desses a vi dando um arroto estrondoso! Sei que foi ao sair do banheiro e ninguém além de mim viu. Mas uma moça não arrota daquele jeito! Fora que seu pai só tem mesmo o nome e os amigos para nutrir-lhe. Logo estarão os dois na lama e ela sem empinar tanto o nariz!
Todos me demoveram a ideia. Todos alegavam que ela não era mulher para mim. Enfim me convenci e casei-me com Gertrudes Lopes Mendes Andrade a 22 de agosto de 1935, hibernu.
Encontramos Elis em diversas festas às quais fomos como casal. Soube em uma delas que se casaria com Fernando Antonio de Aragão Sousa e Sá, um rico latifundiário. Arrependi-me amargamente do dia de meu casamento e praguejei contra ela inúmeras vezes em pensamento. Da lama que minha mãe esperava, eu nada vi. Ao contrário: vi-a feliz ao lado do marido, com seu largo sorriso. Depois a brincar com os filhos, sempre sorrindo e falando das coisas de que sabia: Tudo. Sendo o que era desde que a conheci: o centro de qualquer universo social.
Gertrudes era o sonho de minha mãe, o sonho de meus amigos, o sonho do meu pai e aquilo com o qual sonhei: uma mulher que cuidava da casa, que desabotoava meus sapatos, a rainha do meu larzinho num bairro de classe média ao sul.
Fui feliz, não nego. Mas nunca saberei se seria tão feliz quanto o homem que teve a luz do sol pulando a janela da sua sala, com trejeitos de menina e acompanhando todas as suas conversas... A luz que só Elis era capaz de ter.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Miss Sarajevo


Miss Sarajevo é, sem dúvidas, uma das mais belas canções da banda irlandesa U2. A música gravada em 1995 em dueto com o tenor italiano Luciano Pavarotti é cercada por boas histórias.
A primeira é que Pavarotti teria implorado a Bono Vox por um dueto e, diante de várias negativas de Bono, o tenor teria dito que ligaria para o cantor todos os dias e todas as horas até que o irlandês aceitasse a oferta. A oferta, segundo Bono, era uma honra (mesmo com toda a dificuldade para encaixá-la em um disco semi-finalizado). O álbum já estava quase pronto e Bono alegava não ter mais nenhuma canção, Pavarotti teria respondido: "Deus colocará uma canção no seu coração".
Dito e feito. Miss Sarajevo foi escrita durante a guerra da Bósnia, conflito ocorrido entre 1992 e 1995. Bono teria achado um verdadeiro absurdo ocorrer um concurso de beleza na capital da Bósnia, Sarajevo, em plena onda de horror que cercava o país. Para ele, o concurso para a escolha da Miss Sarajevo era uma tentativa de desviar a atenção do povo bósnio do mais importante: os horrores da guerra. “Há tempo para tudo” e com certeza aquele não era tempo de pensar quem seria a solteira mais bonita de Sarajevo, né?
Inspirado pelo capítulo 3 do livro de Eclesiastes que propõe que “há tempo para tudo sob o céu”, Bono escreveu a canção que tentava fazer o mundo esquecer um pouco das futilidades e vaidades e se voltar para os males da guerra.
Belíssima canção.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.”

Eclesiastes 3:1-8